Pretendemos criar aqui um espaço de compartilhamento e visibilidade, que articule diferentes formas de pensamento e produções criativas negras. Até pouco tempo atrás, pouco sabia-se de nomes importantes na dramaturgia e/ou encenação negras no nosso país, por exemplo. É importante que escancaremos essa estrutura e pensemos sobre como o processo criativo negro se dá, como ele se constrói inserido numa sociedade eurocêntrica, como ele propõe diferentes formas, diferentes olhares, outras perspectivas, outros corpos, novas narrativas e outros protagonismos. 
Por isso é importante que articulemos novos espaços, novas formas de encontro, em que artistas pretxs possam falar sobre esses novos lugares, essas novas narrativas, esses novos pensamentos e processos que vêm emergindo com potência no cenário preto. Pensar e repensar as estruturas. 
Queremos e precisamos ser vistos, ser ouvidos e ter voz, para que possamos criar um teatro mais democrático numa sociedade que lutamos para ser anti-racista.
Filipe Celestino - Curadoria
Filipe Ramos é ator, músico, fotógrafo, agitador cultural e poeta dos afetos. Co-fundador do projeto Augustas Energias Utópicas, produtora de conteúdo da contra cultura, atuando como músico/compositor, fotógrafo e produtor cultural. Ator fundador do O Bonde, grupo teatral que pesquisa a negritude nas artes e suas diásporas contemporâneas. Dramaturgo do espetáculo "N_G_O", que discute o genocídio negro contemporâneo. Idealizador do projeto Café Preto, projeto fotográfico que visa refletir e poetizar a relação de pessoas negras com sua negritude. Musicalmente se lançou com o nome de Celestino, trazendo canções próprias que trazem o afeto e as relações com o nosso tempo como pilares. Artista parceiro, amigo e amante no teatro de Contêiner junto a Cia Mungunzá. Acredita que o afeto, a utopia e a poesia são as principais ferramentas pra criarmos novas narrativas de um mundo mais possível.