AQUILOMBAMENTO DIGITAL

Aquilombamento Digital
Pretendemos criar aqui um espaço de compartilhamento e visibilidade, que articule diferentes formas de pensamento e produções criativas negras. Até pouco tempo atrás, pouco sabia-se de nomes importantes na dramaturgia e/ou encenação negras no nosso país, por exemplo. É importante que escancaremos essa estrutura e pensemos sobre como o processo criativo negro se dá, como ele se constrói inserido numa sociedade eurocêntrica, como ele propõe diferentes formas, diferentes olhares, outras perspectivas, outros corpos, novas narrativas e outros protagonismos. 
Por isso é importante que articulemos novos espaços, novas formas de encontro, em que artistas pretxs possam falar sobre esses novos lugares, essas novas narrativas, esses novos pensamentos e processos que vêm emergindo com potência no cenário preto. Pensar e repensar as estruturas. 
Queremos e precisamos ser vistos, ser ouvidos e ter voz, para que possamos criar um teatro mais democrático numa sociedade que lutamos para ser anti-racista.
Ícaro Rodrigues - Encenação
Ator, diretor e artista-educador. Formado em 2005 pela Escola Livre de Teatro. Desenvolve trabalhos de pesquisa com coletivos teatrais da grande São Paulo. Durante cinco anos fez parte do Núcleo Bartolomeu de Depoimentos, onde atuou nos espetáculos “Frátria Amada Brasil” (2006/2007), com direção de Claudia Schapira, “Cindi Hip Hop” (2008/2009), dirigido por Roberta Estrela D’Alva e no projeto “Urgência nas Ruas” no qual foram realizadas algumas intervenções artísticas pelas ruas de São Paulo. Atuou também nos espetáculos “Bom Retiro 958 metros” (2012 - 2014) do Teatro da Vertigem, “Barafonda” (2013) da Cia São Jorge de Variedades, “Otelo e a loira de Veneza ou O Pancadão da traição” (2014 - 2017) da Cia Lona de Retalhos, “Nô caminho – sete passos para dentro” (2005) com direção de Georgette Fadel, "Dois perdidos numa noite suja" e “Oração para um pé de chinelo” (2017), de Plínio Marcos, com direção de Flávio Marin; "A Prova" (2013-2017) com direção de Vera Lamy, na Casa de Bambu. Como artista-educador atuou durante dois anos em unidades de internação da Fundação Casa, com adolescentes em conflito com a lei. Há quatro anos trabalha no projeto Fábrica de Cultura, como diretor do Projeto Espetáculo, uma experiência teatral em processo colaborativo com jovens na periferia de São Paulo. Dirigiu os espetáculos “Pulso”, com dramaturgia de Alexandre Dal Farra, “O dia depois do último dia”, com dramaturgia de Camila Damasceno e “Capão Palace”, escrito por Alessandro Toller.
Luh Maza - Dramaturgia
Luh Maza é autora, diretora e atriz. Suas peças estão publicadas na coleção Primeiras Obras (Imprensa Oficial de SP, 2009), no livro Teatro (Chiado Editora - Lisboa, 2015) e na antologia Dramaturgia Negra (Funarte, 2019). Colaborou com grupos como Satyros e Coletivo Negro. Dirigiu textos de sua autoria e dramaturgos contemporâneos, com destaque para sua direção em Portugal de “Carne Viva” (2015) e a versão brasileira da peça “Kiwi” (2016), pela qual recebeu o Prêmio Aplauso Brasil de Melhor Espetáculo Independente. Foi a primeira diretora trans convidada pelo Theatro Municipal de São Paulo a criar uma obra: “Transtopia” (2019). Roteirizou o filme “Trinta e Cinco” (Young & Rubicam/Fauna, 2019) que recebeu o troféu de bronze de Melhor Roteiro no festival El Ojo de Iberoamerica na Argentina e o prêmio Inclusive and Creative Awards Campaign nos Estados Unidos. Escreveu para a série “Sessão de Terapia” (Globoplay, 2019), se tornando a primeira roteirista trans da tv brasileira.
Jhonny Salaberg - Dramaturgia
Jhonny Salaberg é ator e dramaturgo. Natural de Guaianazes, extremo leste de São Paulo. Membro fundador do coletivo O Bonde. Formado pela Escola Livre de Teatro de Santo André. Possui cerca de cinco textos encenados em parceria com companhias de teatro. Autor dos livros: "Buraquinhos ou O vento é inimigo do picumã" e "Mato Cheio". Primeiro dramaturgo negro a vencer a Mostra de Dramaturgia do Centro Cultural São Paulo. Com "Buraquinhos..." recebeu diversas premiações e indicações pelos principais prêmios de teatro do país, como Melhor Direção, Melhor Dramaturgia, Melhor Elenco, Melhor Projeto e Melhor Peça pelo APCA, Aplauso Brasil, Folha de São Paulo e Blog do Miguel Arcanjo Prado (UOL).

Filipe Celestino - Curadoria
Filipe Ramos é ator, músico, fotógrafo, agitador cultural e poeta dos afetos. Co-fundador do projeto Augustas Energias Utópicas, produtora de conteúdo da contra cultura, atuando como músico/compositor, fotógrafo e produtor cultural. Ator fundador do O Bonde, grupo teatral que pesquisa a negritude nas artes e suas diásporas contemporâneas. Dramaturgo do espetáculo "N_G_O", que discute o genocídio negro contemporâneo. Idealizador do projeto Café Preto, projeto fotográfico que visa refletir e poetizar a relação de pessoas negras com sua negritude. Musicalmente se lançou com o nome de Celestino, trazendo canções próprias que trazem o afeto e as relações com o nosso tempo como pilares. Artista parceiro, amigo e amante no teatro de Contêiner junto a Cia Mungunzá. Acredita que o afeto, a utopia e a poesia são as principais ferramentas pra criarmos novas narrativas de um mundo mais possível.

Share by: